quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Depois de você


"Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás.”

Caio F Abreu


"Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações
Eu tento te esquecer
A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender
Depois de você, os outros são os outros e só"
Kid Abelha

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Inflamável

Vejo o sol de muitas janelas. Nenhuma delas é minha.
Engraçado essa teimosa saudade, daquilo que ainda não se teve de verdade.
Mas ele nem se importa. Vem e me acorda.
Muda meu humor. Aumenta o meu calor. Que de tão ansioso, já não anda pouco.
Ao redor:
Olhos cerrados. Cabelos trançados.
Dia maior.
Que sede que dá! De água, de beijo, de mar...
Filtro solar. Ventilador pra refrescar.
Ainda é cedo, deixe estar.
E ao se pôr, muda de cor.
As pessoas se tornam laranjas. Vermelhas. Crianças.
Dá vontade de rir. De sair. De sumir.
Derreter. Feito gelo mau cuidado.
Estilista do pecado. Encurta o vestido mais um bocado.
Encosta no meu corpo já suado. O preenche de amarelado.
Por vaidades, queimado. Por vontades, tomado.
E eu que do amor já não sei mais nada, olho pra ele apaixonada
E solto um sorriso a convidar:
Pode vir sem aviso o meu peito ensolarar.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O que aprendi com minha mãe

A inquietude de minha mãe é de se admirar
Tem sempre uma história nova pra contar.

Por uma samambaia, trocou o terno de casamento do meu pai.
Ele chocado, até hoje apaixonado, sempre reclama: “Ela vai lá e faz!

Ela desmancha a formalidade.
Não enxerga maldade.
E quando está com vontade,
Faz drama
Igual novela mexicana.
Como no dia que ela quer pizza
E todo mundo em casa quer comida. Dela claro!

Ela orgulhosa fazendo panqueca,
Testa a massa na panela
E confessa: “Vou fazendo. Não sigo receita. Ás vezes acerto de primeira...
E por não se preocupar em tentar,
Mal sabe ela
Que já está certa.

Ela, de quem acho graça quando fala errado,
Me apresentou um novo vocabulário.
E mesmo sem querer conselho,
Ela passa a mão no meu cabelo
E me desafia:
A gente se envolve, né filha?!
É mãe? E como desfaz?
É só se DESenvolver...
E por não saber, cumpri sua missão de me fazer crescer.

Minha mãe me faz chá quando estou triste.
Mesmo que eu diga: Não quero! Nem insiste.
Logo vem ela,
Com chá novinho em uma xícara velha,
Com pouco açúcar pra manter o sabor
E olhinho caído cheio de amor.
Ela não desiste. Eu não resisto.

E quando me lamento
Ela balança o punho fechado
E repete um mandamento:
Você tem que dizer ‘EU.CON.SI.GO’!
E de tão sem ritmo
Me rouba um sorriso.

Desde que nasci
Bagunço a vida dela.
E em troca ela me diz:
Vem cá que eu fiz bolinho de chuva com canela.
E a tarde vai se embora.
E a tristeza.
E o medo.
E o regime.
E por fim, tudo se renova.

É mãe, aprendi com a senhora:
A vida acontece agora.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Maresia


E se eu mergulhar em você, tenho medo de não dar pé e de marujo me torne náufrago.
Perdido.
Faminto.
Nativo.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Stay

E se acontecer?
Quem vai convencer este coração que seu tumtum é demodê?
Poema fora de moda.
Tumtum fora de hora.
Vontade que dá e passa...mas demora. 

Ilustração Esra Roise












"E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje"
Nando Reis

quarta-feira, 8 de maio de 2013

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ponto

"Eu tive muita raiva de ser a autora de uma história que eu não controlava mais. Você, como personagem, podia ter me poupado da sua autonomia: mas saiu no meio do parágrafo, atravessando as frases, saltando minhas vírgulas, tropeçando em minhas aspas, desrespeitando os meus parênteses... 
Não me excitava mais este capítulo."

Marla de Queiroz

quarta-feira, 1 de maio de 2013

De Chumbo

Cansado da batalha,
despiu-se de sua arma e marchou em retirada ao ouvir a palavra "SENTIDO!"

Alessandro Gottardo



"Eu não gosto do bom gosto.
Eu não gosto de bom senso.
Não, não gosto dos bons modos
Não gosto.
(...)
Eu gosto dos que têm fome,
Dos que morrem de vontade,
Dos que secam de desejo,
Dos que ardem.
Adriana Calcanhoto

terça-feira, 30 de abril de 2013

Quebra

Alessandro Gottardo
Cuidado com os vendedores de felicidade.
Nas linhas miúdas sempre há uma cláusula de exclusividade.
E poucos parágrafos de verdades.





"Ele ganhou dinheiro
Ele assinou contratos
E comprou um terno
Trocou o carro
E desaprendeu
A caminhar no céu
E foi o princípio do fim"

Paralamas do Sucesso

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Nota-me

Alessandro Gottardo
Amo porque amo.
E se tivesse explicação não seria amor, seria canção.

















"Por ser exato
O amor não cabe em si
Por ser encantado
O amor revela-se
Por ser amor
Invade
E fim."

Djavan

domingo, 28 de abril de 2013

Cantarolando

Minha melodia quando transborda, afoga - disse a Sereia.


"És fascinação, amor!"
Elis

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Uno

Põe teu pé sob o meu.
Deixa-me ser Julieta, tu Romeu.
Enquanto a gente se pergunta onde a razão se perdeu.






"Amor
E o que é o sofrer
Para mim que estou 

Jurado pra morrer de amor?"
Djavan

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Déjà vu

"Tem dias que a esperança é sempre mais teimosa do que eu."
Fabrício Carpinejar

terça-feira, 23 de abril de 2013

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Send



Tá decidido!
Daqui em diante se desconsidera o que foi dito.
Se esquece o que foi vivido.
Se ignora o que foi sentido.
E ficamos assim: tu meu amigo, eu sem  destino.










"Mais uma dose? É claro que eu tô afim.
A noite nunca tem fim... Por que que a gente é assim?"
Cazuza

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