domingo, 27 de fevereiro de 2011

Carne e osso

Dias destes criei uma conta em mais um site de relacionamento. Imaginei que ele poderia facilitar meu contato com meus amigos. Muita gente sabe que não sou muito adepta de passar horas no telefone: se dependesse dele para cultivar meus amigos, teria perdido todos eles, sem exceção. Me surpreende que o que hoje é ‘necessidade’ para manter e criar novos relacionamentos, há pouco mais de 10 anos atrás nem existia! Minha geração dos anos 80 viu esta mudança acontecer tão rápido que às vezes nem nos lembramos como começou...

Adoro discutir com meus amigos. Sobre tudo literalmente! Saio destas conversas com a sensação que remexeram todos os ‘trecos’ que guardo e mudaram tudo de lugar. E fica tão bonito! Mas confesso que pessoalmente o efeito sempre foi melhor. Hoje, mesmo conectada a muitos deles por esta megalópole virtual que se constrói a um ‘click’, me peguei sentindo o sofá vazio...
Mudaram os meios, a linguagem, as distâncias, as rotinas, os planos, os sonhos, os cabelos... Pela rede tudo isso é divulgado. O que ainda não vi divulgarem, e aqui resolvi fazê-lo, é que os abraços dos meus amigos são muito melhores de carne e osso.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Bagagem

Hoje vi uma frase na camiseta de um cara no ônibus que me fez 'viajar': "Ninguém volta igual de uma viagem." Me peguei pensando nas viagens físicas e mentais que fiz nestas férias.

No primeiro dia das férias fui para Santa Catarina. Em Joinvile revi meus parentes e lá tive a grata percepção do quanto o tempo pode ser generoso: não os via há 9 anos, mas fui recebida com tanto carinho... Eles estão melhores e mais felizes do que há alguns anos atrás e suas casas repletas de risadas e chorinho de criança. Em seguida, partimos pra ilha de Florianópolis. Lá fiquei em choque: como pode ser tão bonito?!?! E o que mais me questionei é porque perdemos tanto tempo com preocupações sem sentido ao invés de contemplar o que a vida nos dá de belo? Então entendi que a beleza também é relativa e, me desculpem o chavão, está nos olhos de quem vê. E como é bom enxergar!!!
Alguns dias depois fui para Mogi das Cruzes, que não é tão longe, mas me leva para longe: minha adolescência. Pude fazer manha pra minha mãe, dar risada com o meu pai e dormir com minha irmã. Também fui abraçada por pessoas que amo e fizemos 'gordices'. Lá tento me apegar a todos os detalhes para não ser traída pela memória daqui há alguns anos e me vejo inundada pelo sentimento de gratidão. Agradeci por serem como são e me aceitarem como sou. Volto com a bagagem cheia de amor próprio.
Também viagei para minha própria casa. Parece confuso, mas na rotina do trabalho e da facu, volto pra ela só fisicamente e por pouco tempo. Brinquei com meu cão, reguei as plantas, fiz feira, todo dia janta fresca, sobremesa e 'Vale a pena ver de novo'. Li e ri muito: história infanto-juvenil, medicina alternativa, adestramento de cães, receita de pães... E o melhor era ver a chegada do meu esposo, cansado do transito e do trabalho, com um sorriso saudoso e um beijo apertado. Cafona? Pode ser, mas é do mais sentirei saudades destas férias.

Porta Treco

Às vezes a vontade de filosofar é tanta que tudo nos interessa: frase de caminhão, final de filme, papel de bala... Estes sentimentos, pensamentos e emoções, quase sempre acumulado num canto qualquer, constrói o que somos e o que acreditamos. Mas, se olharmos com calma, alguns destes 'trecos' não são tão importante quanto prevíamos, enquanto outros são surpreendentemente memoráveis e fantásticos!

Este é o meu Porta Treco, cheio de certezas e besteiras, que resolvi revirar certa de que ainda cabe mais!!